segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O visível e o invisível.


Frédéric Bastiat mostrou-nos há 162 anos que existe apenas uma diferença entre um bom economista e um mau economista (e aqui descarta-se desde já o econometrismo académico onanístico): 
- o mau economista limita-se ao que é "visto", os efeitos "intencionados"; 
- o bom economista toma em consideração não só os efeitos que podem ser vistos  como também os efeitos que podem ser previstos, os não intencionados).

O recurso às medidas de estímulo económico, tão defendidas por vários sectores da sociedade (que curiosamente saem directamente beneficiadas por elas, pois cada respectivo sector é sempre muito "importante") e tão queridas pelos políticos, que têm assim uma oportunidade para fazer "obra" (e ganhar futuros votos), é um "instrumento" político que é "vomitado" através dos meios de comunicação social diariamente para nos "tirar da crise" (actualmente recebem o nome de "medidas de crescimento).

Ora, estas medidas, sempre desejadas e implementadas pelos efeitos que se creem "úteis" para a sociedade (criação de emprego, defesa do ambiente, mudança de hábitos "pouco saudáveis), infelizmente nunca passam por um crivo mais crítico (os economistas-da-corte defendem-nas sempre com unhas e dentes, os "marginais" são sempre criticados e classificados de bota-abaixistas) e ninguém apresenta os possíveis riscos para as pessoas poderem decidir se querem que essas medidas sejam implementadas ou não.

O que resulta invariavelmente em resultados completamente contrários àqueles inicialmente pretendidas (unintended consequences), pois nenhuma entidade governativa, por mais inteligente que seja, consegue prever o resultado da interação diária de milhões de indivíduos que têm as suas particulares vontades e desejos

Esse texto de Bastiat chama-se "Aquilo que é visível e aquilo que não é visível" e apresenta a desde então conhecida "Falácia da janela quebrada". A colecção das suas obras pode ser descarregada através de Mises.org (comprei a pocket edition, da loja do mesmo site e lê-se maravilhosamente).

Isto tudo para chegar a uma medida de estímulo "super-popular" do Presidente Obama, cheia de boas intenções (promover a compra de veículos novos, proteger o ambiente abatendo viaturas mais poluentes, etc) mas que resultou, como esperado com alguém que vê além do que é visto.

Como bónus, os comentários da notícias acrescentam mais "consequências não-intencionadas", tais como a escassez de peças automóveis e afins.

Via Yahoo! News

Back in 2009, President Obama’s “Cash for Clunkers” program was supposed to be a boon for the environment and the economy. During a limited time, consumers could trade in an old gas-guzzling used car for up to $4,500 cash back towards the purchase of a fuel-efficient new car. It seemed like a win for everyone: the environment, the gasping auto industry and cash-strapped consumers. 

Though almost a million people poured into car dealerships eager to exchange their old jalopies for something shiny and new, recent reports indicate the entire program may have actually hurt the environment far more than it helped.

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